segunda-feira, 25 de julho de 2011

CULTO NOVO

Eu desejo um culto novo, novo como o Espírito que jamais envelhece.


Há três coisas que me entristecem nos cultos da maioria das igrejas hoje.
A primeira é o desvalor da palavra.
No culto cristão deve prevalecer a centralidade da Palavra de Deus, mas não é o que se vê.
Fui pregar em uma igreja duas horas distante da minha casa.
Levei vários dias preparando uma mensagem bíblica sobre o tema do congresso jovem que terminava naquele dia.
Cheguei pontualmente às 18.45.
A reunião começou às 19.15. Depois de um desfile de bandas e de uma infinidade de corinhos que eram repetidos seis, sete vezes cada um, eram 20.50h quando o dirigente disse: Agora é a parte mais importante do culto. Vamos passar a palavra ao pregador. Antes, porém, mais um corinho e tome repetição. Perguntei ao pastor: “Qual o horário para o término do culto?”.
“Nove horas”, respondeu ele. Então eu tinha cinco minutos para pregar a Palavra de Deus e ainda estava sendo anunciado que uma banda que fora tocar em outra igreja ia chegar como de fato foi chegando enquanto eu me dirigia para o púlpito.
Pedi muitas desculpas aos irmãos e disse que seria impossível pregar naquela circunstância, pois faltavam cinco minutos para o encerramento do culto e ainda iria tocar a banda que estava entrando.
Aos meus ouvidos soou como uma ironia, uma triste ironia, a expressão “Parte mais importante do culto”. Não achei que fosse um descaso com o pregador da Palavra, mas foi de fato um descaso para com a Palavra de Deus que deveria ser lida e anunciada pelo pregador fosse ele quem fosse.
Peguei minha esposa pelo braço e fomos embora. Felizmente, meu carro não estava bloqueado. Os próprios pastores, muitos deles, não estão mais pregando a Palavra e isso me entristece.
Minha segunda frustração é com o conteúdo espiritual e doutrinário dos “louvores”. Nenhum convite ao pecador para que aceite Jesus e nenhum apelo aos crentes para que saiam a campo para ganhar almas para Jesus.
Nenhuma referência à consagração e santificação. Somente euforia de exaltação e brados de vitória! Pobres doutrinariamente, pobres de conteúdo teológico, pobres em qualidade musical, pobres em beleza poética e em correção gramatical, a grande maioria dos cânticos modernos não contribui para a elevação espiritual nem cultural de nossas igrejas e muito menos para atrair pecadores a Jesus. Há um lamentável predomínio de mediocridade.
Um terceiro fator me entristece: o barulho. Confundem-se altos volumes com fervor e espiritualidade. Altos volumes funcionam como uma espécie de anestesia mental muitas vezes acompanhada de movimentos corporais predispondo a mente dos participantes para um estado de espírito de euforia sem qualquer resultado para o viver dos adoradores fora daquele ambiente.
Alguns pastores, poucos, mas abençoados, ainda primam por uma adoração bíblica, por uma pregação bíblica e por um viver centralizado na Bíblia, que se reflete em uma postura bíblica na adoração.
Espero que essa onda passe, que não demore a passar ara que os pecadores deste país voltem a ser atraídos a Cristo por uma pregação bíblica e por uma liturgia centrada na Palavra de Deus.
Eu não diria que desejo um culto antigo. Eu desejo um culto novo, novo como Espírito que Jamais envelhece.
Eu quero participar de cultos nos quais a Palavra de Deus tenha prioridade sobre a palavra do homem, onde o meu espírito seja edificado e a minha alma se sinta agradecida ao Senhor.

Pastor João Falcão Sobrinho.
Fonte: Vigiai. net

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