Ou é frio, ou é fervendo, o que está no meio não me interessa.
Equilíbrio só se for o da medida do coração, o que sou eu é tudo emoção.
É o sentimento que me guia para todas as coisas, e em minhas veias corre sangue borbulhando de urgência.Urgência de tudo: tenho pressa de vida!
Estou em constante mudança. Não sou nada pronto.
Estou em construção: tenho fome de mim.
Aos que querem me amar, por enquanto, eu sou assim.
Eu sou 8 ou 80, sou radical: eu vou na raiz.
Eu sou dona de mim, e escrava da minha própria paixão.
Sou brasileira, e com orgulho. Com chocalhos e pandeiros: Não quero ser outra coisa!
Ai de quem se atrever a pousar um olhar de desprezo em minha terra.
Sou da África mãe e do seio tambores negros.
Sou negra e mulher, mil outros obstáculos a mais de uma elite que tudo tem à mão.
À mim, e à tantos outros, nada é de graça, tão pouco pela graça de simplesmente ser.
Para nós é pelo eterno esforço e pela gana de viver.
Sou latina e sigo no ritmo das violas e violões.
Tenho sangue italiano, tenho fogo nas ventas.
"Sou das minas de ouro, das montanhas Gerais".
Sou do berço de minas. Sou do minério, eu sou filha do ferro. *
E, por tudo isso, tenho sede de luta.
Tenho fome de igualdade, de uma África digna, de uma América Latina unida.
Tenho amor transbordando, e um sonho de uma nova realidade.
Tenho anseio "pelo justo, pelo bom, e pelo melhor do mundo" *
Ainda que, ao final, não exista recompensa alguma para ter.
Ainda que não se tenha nada mesmo a perder.
Sou o melhor que fiz de mim, sou entusiasta da liberdade!
Por Joyce Garófalo -25/02/2010
*Adaptados de Olga Benários e Paula Fernandes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário