segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

SER PASTOR.

Pr.Silvio Alcântara dos Santos.


“ELE QUER A CHANCE DE SUSTENTAR A PRÓPRIA FAMÍLIA.”

Esta frase me chamou muito a atenção e me levou a refletir sobre este assunto um tanto quanto polêmico. “SER PASTOR.” Ser um pastor não é o sinônimo de necessitado. De alguém que se desiludiu com a vida e passa a mexer com a vida dos outros. Nem tão pouco sinônimo de frustração ou falta de aptidão para outras coisas e, muito menos um mercenário. A figura do pastor é muitas vezes mal interpretada e vista pela sociedade como um todo e, muitas vezes, até mesmo dentro do seu mundo, evangélico ele é visto de forma distorcida. Agora o que mais doe é quando ele é visto pelo lado da necessidade. Quando as pessoas pensam que se ele tiver o que comer e um teto para colocar sua família é benção e o mais que suficiente. A Bíblia ver este santo homem de Deus de forma contrária. Ela ver como um ser digno de salário. “Ora, ao que trabalha o salário não é considerado como favor, e sim como dívida.” (Rm.4:4). Quando Paulo escreve acerca dos presbíteros ele diz, no Senhor: “Devem ser considerados merecedores de dobrados honorários os presbíteros que presidem bem, com especialidade os que se afadigam na palavra e no ensino.” (1 Tm. 5: 17) E, na seqüência afirma: “ O trabalhador é digno do seu salário.” (1 Tm. 5: 18b). Não dignificar o pastor com o salário que lhe é devido, compatível com aquilo que está escrito na palavra de Deus é levá-lo a um estado de mísero pedinte e impõe-lhe a sacrificar sua família e fazer com que seus filhos, nunca almejam o episcopado. Certa vez presencie o diálogo de dois senhores em uma fila de Banco. Eles falavam justamente dos pastores e suas maneiras discrepantes de buscar fundos para suas denominações. De repente um perguntou ao outro: “Mas afinal de conta quem é um pastor?” O outro de pronto respondeu: “É um mendigo de gravata.” Naquele exato momento eu me sentir o mais insignificante e desapreciado ser humano. Olhei para as minhas mãos e vi que aquela pequena quantia que eu segurava entre os dedos, junto com uma conta de água e uma conta de luz era apenas fruto de uma mendicância e não de um trabalho digno e honesto. Eu os tinha porque pedi e, não porque havia recebido como parte de um salário digno. A Teologia da Mendicância não consta em currículo algum de nenhum Seminário, Instituto ou Escola de formação teológica. Mas é algo que muitos pastores têm que aprender no exercício de seu ministério. Parece até que Ele foi sentenciado a não tratar com dignidade de gente a sua família. E muitas vezes quando ele levanta a voz e fala alguma coisa, logo se ouve alguém dizer: É meu irmão o caminho é sacrificial. Não creio. Creio sim, que Jesus Cristo fez a trajetória do Getsêmani ao Gólgota por mim e que no madeiro me concedeu vida e vida abundante. Eu não posso menospreciar esta caminhada de Cristo e ficar tentando, em vão, fazê-la no transcurso de minha vida. Não tenho dignidade de santo para isto. Seria um sacrilégio ou usurpação de identidade. Afinal; sou apenas um pastor.
Pr. Silvio Alcântara dos Santos.

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