quinta-feira, 11 de agosto de 2011

A VERDADEIRA RIQUEZA

Um dia, um pai, grande empresário, de família muitíssimo rica, levou seu
filho de seis anos para viajar até um lugarejo com o firme propósito de
mostrar ao menino como é que pessoas tão pobres podem viver em um mundo,
onde só ricos e poderosos têm vez e voz. Passaram dois dias e duas
noites no sítio de uma família muito pobrezinha... Quando retornaram da
viagem, o pai perguntou ao filho: - "E aí filhão, como foi a viagem para
você?" - "Muito boa papai", respondeu o pequeno. - "Você viu filho, como
as pessoas pobres podem ser? Não sei como é que existe gente assim no
mundo não é filhão?" - "Sim pai.", retrucou o filho, pensativamente. -
"E o que você aprendeu, com tudo o que viu nesses dias, naquele lugar
tão paupérrimo?" O menino respondeu: - "É pai, eu vi que nós temos só um
cachorro em casa, e eles têm quatro. Nós temos uma piscina que alcança o
meio do jardim; eles têm um riacho que não tem fim. Nós temos uma
varanda coberta e iluminada com florescentes e eles têm as estrelas e a
lua no céu. Nosso quintal vai até o portão de entrada e eles têm uma
floresta inteira. Nós temos alguns canários que por cima de tudo vivem
presos em uma gaiola e eles têm todas as aves que a natureza pode
oferecer-lhes, soltas! Nossa comida é toda industrializada e a maioria
das vezes congelada. A deles é pescada no riacho, colhida na horta ou
que pegam no terreiro, enfim papai, a alimentação deles é saudável,
enquanto que a nossa não. E além do mais papai, observei que eles rezam
antes de qualquer refeição, enquanto que nós aqui em casa sentamos à
mesa falando de etiquetas, negócios, cotação do dólar, eventos sociais,
comemos, empurramos o prato e pronto! No quarto onde fui dormir com o
Tonho, passei vergonha pois não sabia sequer orar, enquanto que ele se
ajoelhou e orou agradecendo a Deus, tudo, inclusive a nossa visita na
casa deles; e nós, aqui em casa, vamos para o quarto, deitamos,
assistimos televisão e dormimos. Outra coisa papai, Dormi na rede do
Tonho, enquanto que ele dormiu no chão, pois não havia uma rede para
cada um de nós, enquanto que aqui na nossa casa colocamos a Maristela,
nossa empregada, para dormir naquele quarto onde guardamos entulhos,
coitada, sem nenhum conforto, ao passo, que temos camas macias e
cheirosas sobrando, mas fazer o que não é pai, se elas são só para
aqueles hospedes chatos e gananciosos que sempre vem nos visitar!"
Conforme o pequeno garoto falava, seu pai ficava estupefato, sem graça,
envergonhado. E o filho na sua sábia ingenuidade e no seu brilhante
desabafo, levantou-se, abraçou o pai e ainda acrescentou: - "Obrigado
papai, por me haver mostrado o quanto "pobres e mesquinhos" nós somos!"

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